O Cânhamo é uma subespécie da Cannabis que tem um longo histórico de utilização pelos seres humanos. Sendo um importante aliado na confecção de itens que facilitaram e deram conforto na vida geral, como cordas, roupas e velas de navegação.
O que diferencia o Cânhamo das variedades que são normalmente utilizadas para o mercado de uso adulto, ou recreativo, e uso terapêutico basicamente é a sua estrutura e seu percentual de THC.
Suas plantas são mais altas, robustas e resistentes, e contém até 0,3% de THC, o canabinoide com efeito psicotrópico e responsável pela alteração de percepção. Logo, isso nos permite dizer que flores de cânhamo não chapam.
Mas apesar de não fazerem a cabeça, essas flores produzem efeitos terapêuticos por conter outros canabinoides, como o CBD, por exemplo. Não é à toa que países da Europa como Itália e Suíça regulamentaram esse mercado e já possuem uma boa gama de produtos em circulação.
Desde flores até produtos alimentícios, o cânhamo já é uma realidade em muitas nações mundo afora. Já que se trata de uma cultivar resistente, com diversas aplicações e de consumo seguro.
Estamos falando de uma subespécie que não produz efeitos psicotrópicos e que ainda por cima possui capacidade de ser matéria-prima para uma série de produtos. Desde alimentícios até de construção civil, então por qual motivo o cânhamo é proibido?
Bom, essa resposta passa por uma série de questões, mas podemos resumir em uma única palavra: LOBBY.
Lobby é a atividade de influência na qual um grupo organizado busca interferir diretamente nas decisões do poder público, em favor de causas ou objetos.
Outras empresas incentivam o Cânhamo a ser proíbido
Desde a proibição até os dias de hoje, a influência exercida por outras indústrias. Têxteis, petrolíferas, farmacêuticas e de alimentos, elas não nos permitem avançar na pauta da Cannabis.
Isso acontece, pois, a Cannabis demonstra ser uma planta que se legalizada e regulamentada ao redor do mundo. Apresentando grande possibilidade de substituir ou reduzir o consumo de produtos e derivados dessas indústrias.
Pra embasar essa afirmação, utilizamos um estudo muito interessante realizado na Universidade do Novo México em parceria com a Universidade Politécnica da California, ambas dos Estados Unidos. Os pesquisadores constataram através de projeções que a legalização da planta poderia gerar um prejuízo anual de 3 bilhões de dólares para a indústria farmacêutica do país.
Parece pouco comparado às cifras deles? Não é o que parece. No ano de 2016 uma das maiores farmacêuticas atuantes no estado do Arizona, a Insys Therapeutics Inc, foi a maior financiadora de campanhas contra a legalização da planta, com a bandeira de que estavam defendendo os cidadãos de lá, especialmente as crianças.
Mas um dossiê interno mostrou justamente o contrário. O apoio se deu principalmente porque a Insys estava desenvolvendo um medicamento que utiliza uma versão sintética do THC para o alívio de nauseas e vomitos causados pela quimioterapia, o dronabinol, e considerou que a legalização seria a maior ameaça para o seu sucesso comercial.
Na mesma época esta mesma farmacêutica desenvolveu uma medicação denominada Subsys, um spray de fentanil, um opiáceo com rápido efeito analgésico. A preocupação é tanta com os cidadãos e as crianças que hoje o fentanil, 50 vezes mais forte que a heroína, junto de outros opioides sintéticos são responsáveis por dois terços das 100 mil mortes causadas por overdose no ano de 2021 em solo estadunidense, número recorde desde que começaram os registros.
Uma prática antiga
Mas pra além dos fatos recentes, se faz importante lembrar que essa movimentação de financiar campanhas contra a maconha existem e foram fatores preponderantes desde a proibição. Você pode ler mais sobre isso nesses nossos artigos.
A Cannabis, e isso inclui o cânhamo, é e sempre foi vista como uma ameaça aos rendimentos dos magnatas que comandam as regras do jogo. Nunca se tratou de uma preocupação com a saúde e segurança pública.
Ao contrário disso, a proibição é justamente uma forma de controle de populações periféricas. Um cerceamento da liberdade individual e também a manutenção do poder financeiro e de influência de poucos indivíduos.
Se vivêssemos em uma sociedade verdadeiramente preocupada com o desenvolvimento, bem-estar e meio ambiente, proibiríamos muitas coisas, menos a maconha.
Já estamos acompanhando movimentos ao redor do mundo nos quais a planta passou a ser vista de outra forma dentro da sociedade. Alguns deles valem a nossa atenção pois contemplam todo o potencial dela e dessa indústria, que deve sim ser meio de reparar as populações que mais sofreram com a proibição e contemplar questões ambientais, de saúde e sociais. Nós também produzimos produtos feitos de Cânhamo, que você pode conferir aqui!
Fontes:
https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0272492